Ouvirá o Mundo o que nunca viu, lerá o que nunca ouviu, admirará o que nunca leu, e pasmará assombrado do que nunca imaginou.


Padre António Vieira, História do Futuro


sábado, 25 de maio de 2013

Acróstico de Jecira Gomes

11ºano turma1
Português
Unidade- Cesário Verde, um poeta da modernidade

Profª Maria Teresa Goucho

ATIVIDADE:

Acróstico: escrita criativa, tendo como ponto de partida a análise do poema Contrariedades de Cesário Verde.

Os alunos podiam escrever até três palavras em cada linha.


Contrariedades

Eu hoje estou cruel, frenético, exigente; 

Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrível! Já fumei três maços de cigarros. 
Consecutivamente. 

Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:
Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes
E os ângulos agudos.

Sentei-me à secretária. Ali defronte mora
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;
Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma para fora.

Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!
Tão lívida! O doutor deixou-a. Mortifica.
Lidando sempre! E deve a conta na botica!
Mal ganha para sopas...

O obstáculo estimula, torna-nos perversos;
Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,
Por causa dum jornal me rejeitar, há dias,
Um folhetim de versos.

Que mau humor! Rasguei uma epopéia morta
No fundo da gaveta. O que produz o estudo?
Mais duma redação, das que elogiam tudo,
Me tem fechado a porta.

A crítica segundo o método de Taine
Ignoram-na. Juntei numa fogueira imensa
Muitíssimos papéis inéditos. A imprensa
Vale um desdém solene.

Com raras exceções merece-me o epigrama.
Deu meia-noite; e em paz pela calçada abaixo,
Soluça um sol-e-dó. Chuvisca. O populacho
Diverte-se na lama.

Eu nunca dediquei poemas às fortunas,
Mas sim, por deferência, a amigos ou a artistas.
Independente! Só por isso os jornalistas
Me negam as colunas.

Receiam que o assinante ingênuo os abandone,
Se forem publicar tais coisas, tais autores.
Arte? Não lhes convêm, visto que os seus leitores
Deliram por Zaccone.

Um prosador qualquer desfruta fama honrosa,
Obtém dinheiro, arranja a sua coterie;
E a mim, não há questão que mais me contrarie
Do que escrever em prosa.

A adulação repugna aos sentimentos finos;
Eu raramente falo aos nossos literatos,
E apuro-me em lançar originais e exatos,
Os meus alexandrinos...

E a tísica? Fechada, e com o ferro aceso!
Ignora que a asfixia a combustão das brasas,
Não foge do estendal que lhe umedece as casas,
E fina-se ao desprezo!

Mantém-se a chá e pão! Antes entrar na cova.
Esvai-se; e todavia, à tarde, fracamente,
Oiço-a cantarolar uma canção plangente
Duma opereta nova!

Perfeitamente. Vou findar sem azedume.
Quem sabe se depois, eu rico e noutros climas,
Conseguirei reler essas antigas rimas,
Impressas em volume?

Nas letras eu conheço um campo de manobras;
Emprega-se a réclame, a intriga, o anúncio, a blague,
E esta poesia pede um editor que pague
Todas as minhas obras

E estou melhor; passou-me a cólera. E a vizinha?
A pobre engomadeira ir-se-á deitar sem ceia?
Vejo-lhe luz no quarto. Inda trabalha. É feia...
Que mundo! Coitadinha!

Cesário Verde, in  O Livro de Cesário Verde


Jecira Gomes
C
Cantam no chiado!
O
Oiço-os da varanda.
N
Não percebo!
T
Tal insatisfação humana
R
repugna-me a alma,
A
afeta minha calma!
R
Realmente cantam mal.
I
Incrível!
E
Estou cansada,
D
desisto.
A
Agora sinto-me enraivecida,
D
desesperada.
E
Escondo-me na cama
S
sem outra opção.

Cantam no chiado! Oiço-os da varanda. Não percebo! Tal insatisfação humana repugna-me a alma, afeta minha calma! Realmente cantam mal. Incrível! Estou cansada, desisto. Agora sinto-me enraivecida, desesperada. Escondo-me na cama sem outra opção.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

   Incapaz de conceber uma animação da viagem da passarola através do Google Earth, desafiei os alunos do 12º 1 a fazê-lo. O Rodrigo Silva e o Diogo Grilo formaram uma equipa e o aluno Ruben Reis decidiu "voar" sozinho. O resultado foi este. Obrigada, miúdos! Agora, usem as vossas "vontades" para conseguirem uma boa nota no exame nacional.