Ouvirá o Mundo o que nunca viu, lerá o que nunca ouviu, admirará o que nunca leu, e pasmará assombrado do que nunca imaginou.


Padre António Vieira, História do Futuro


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Exercício de escrita criativa

Aquando do estudo do canto IX d' Os Lusíadas, foi solicitado aos alunos que escrevessem um texto de uma só frase, usando 15 palavras retiradas das estrofes ( floresta, campos, matos, água, praia, terra, montes, verdura, ramos, flores, rosas, pedras, caça, animais, cervos), que caracterizavam o espaço físico, e três conectores (E; no entanto; assim como).
Eis dois exemplos:

      Quatro patas atacam a floresta, velozes, letais e, com destreza, pedras, troncos, flores, não passam de obstáculos vencidos enquanto a nobre presa, no encanto lançado pela harmonia de uma deliciosa queda de água, descansa, e, sem saber o que se esconde por trás dos matos escuros, inocentes, desfruta da sua última refeição, porém, um ramo no chão denuncia a caça, e começa uma perseguição rápida que toma como vítimas não só o pobre cervo, mas também as plantas e os animais que naquela terra habitam, no entanto a única verdadeira vítima foge, descendo pelos montes, desviando-se de inúmeros ramos numa claustrofóbica e violenta sensação de morte, perseguida por um medo que a alcançava cada vez mais rápido, e que, indiferente aos campos, verduras e rosas, frio, alcança finalmente o seu prémio, chegando a uma praia que ganha uma nova paz, e, apesar do sadismo da caça, a natureza solta um vôo de borboleta, assim como um suspiro de liberdade.
                                                       Pedro Pontes nº10 - 12º1

    Numa tela em branco, fiz um esboço da floresta que visitámos e dei-lhe vida e cor com os animais do campo, os cervos, que eram a caça naqueles montes, assim como a verdura e as flores que pintei, rosas que cobriam a terra dos matos, para além dos ramos e das pedras que, no entanto, davam um ar sombrio àquela paisagem e, como que juntando as melhores recordações da nossa viagem, desenhei, no canto da tela, a pequena praia com água límpida a que fomos, no Verão passado.

Tânia Lopes nº14 12º1